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Jovem do Paraná diz que tentou suicídio depois de ser abusada aos 13 anos por João de Deus

Saiu no site G1

 

Veja publicação original:  Jovem do Paraná diz que tentou suicídio depois de ser abusada aos 13 anos por João de Deus

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Ela conta que procurou médium porque estava com ‘depressão profunda’ e que piorou depois da consulta.

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Uma estudante de Curitiba, diz que tentou suicídio depois ser abusada pelo médium João de Deus quando tinha 13 anos.

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“Fui pra lá por um quadro depressivo. Quando voltei, estava muito pior. Tentei me matar, passei por coisas difíceis depois. Ele escolhe a vítima, escolhe a pessoa que está fragilizada para fazer alguma coisa. Eu estava fragilizada à época, fiquei sem reação”, lembra.

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Para ela, o médium se aproveita de pessoas vulneráveis. “Ele abusa porque sabe que a pessoa não vai contar, não vai ter forças”, acredita.

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A jovem já foi ouvida sobre o caso pelo Ministério Público, de acordo com a Casa da Mulher Brasileira de Curitiba (CMB), um espaço de atendimento às mulheres em situação de violência. O relato dela deve ser enviado à força-tarefa dedicada ao caso, que foi estabelecida em Goiás.

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Sarah conta que procurou médium porque estava com 'depressão profunda' e que piorou depois da consulta — Foto: Reprodução/JN

Sarah conta que procurou médium porque estava com ‘depressão profunda’ e que piorou depois da consulta — Foto: Reprodução/JN

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Após os relatos exibidos pelo programa “Conversa com Bial” e pelo jornal “O Globo”, em que 13 pessoas contaram terem sofrido abuso de médium, outras mulheres relataram o mesmo tipo de crime. Mais de 200 casos chegaram ao conhecimento do Ministério Público, segundo a promotora Gabriela Manssur, de São Paulo.

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Fantástico revelou a história de 25 delas. Os relatos se referem apenas a denúncias de crimes sexuais. Não se trata de questionar os métodos de cura de João de Deus ou a fé de milhares de pessoas que o procuram.

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A defesa de João de Deus nega as acusações. Advogado do médium afirma que ele irá colaborar com as investigações e está à disposição da Justiça.

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A história da estudante

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A jovem conta que procurou João de Deus porque estava em uma “depressão muito profunda”.

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À época, ela morava com a família no Mato Grosso e relata que foi junto com a avó até Abadiânia, em Goiás, onde João de Deus atendia.

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“Ele [João de Deus] pediu para minha avó sair e, daí, fechou a porta. Ele me levou para um corredor fino, com uns entulhos, e lá abusou de mim”, lembra.

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A estudante diz que, no dia, usava uma calça e que o médium disse que ia abaixá-la para “limpar as energias”.

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“Aí, ele abaixou minha calça, me levou pra esse corredor e me empurrou contra a parede. Ele me empurrava contra o corpo dele e passava a mão em mim, nos seios, na bunda…”, conta.

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Sarah relata que o médium só parou ao ver que ela usava um absorvente externo.

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“Ele parou e falou que estava tudo bem, que tinha equilibrado minhas energias, que eu estava bem e podia ir embora”, lembra.

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Ela afirma que não contou sobre o ocorrido para a vó.

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“Só falei para minha mãe quando voltei de viagem. Ela disse: ‘Você não vai conseguir provar. Vai ser difícil as pessoas acreditarem em você'”, conta. A mãe da jovem recomendou, então, não tocar mais no assunto.

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“A gente fingiu que nada tinha acontecido durante anos e anos”, relata.

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A jovem diz que ficou traumatizada, especialmente porque, de acordo com ela, João de Deus comete o abuso sexual de um forma “tão natural, como se fosse tomar água”.

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“Eu tinha certeza que ele fazia isso com todo mundo”, afirma.

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A jovem revela que ainda tem “flashbacks”, 11 anos depois. “Me trato com psicólogo e psiquiatras. Tive que trabalhar muito para conseguir digerir”, afirma.

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A jovem, por outro lado, afirma que está aliviada ao ver que as histórias de tantas mulheres que passaram pelo mesmo estão vindo à tona.

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“Finalmente, tão desmascarando esse homem. Ele é tratado como santo lá e se aproveita disso, do nome que tem”, acredita.

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Por fim, a estudante afirma que, hoje, encoraja mulheres a denunciar qualquer tipo de abuso sexual.

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“Ele tem que ter vergonha. A gente tem que denunciar, desmacarar essas pessoas”, acredita.

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