Saiu no site THINK OLGA:
Veja publicação original: ESTUPRO: A CULPA NUNCA É SUA
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Um em cada 3 brasileiros culpa a mulher em casos de estupro.
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O dado revelado em 2016 por uma pesquisa do Datafolha, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostra que 37% da população acredita que “mulheres que se dão ao respeito não são estupradas”. Outro dado mostra ainda que 30% acreditam que “a mulher que usa roupas provocativas não pode reclamar se for estuprada”.
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O resultado da pesquisa só comprova o que nós vivemos todos os dias: a culpabilização.
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“Você provocou.”
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“Você tinha bebido.”
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“Você usava roupa curta.”
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“Você decidiu sair à noite.”
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Em um país onde a cada 11 minutos uma mulher é violentada sexualmente, o machismo nos faz de vítimas de um estupro a culpadas por querermos ter direito de escolha sobre o que vestir, onde ir, que horas ir.
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Em um país onde 70% das vítimas de estupro são crianças e adolescentes, a culpabilização da vítima se tornou estratégia para sabotar as experiências e histórias de sobreviventes.
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Em um país onde apenas 1% dos agressores são punidos, o tabu em torno do tema – por questões machistas, morais e religiosas – nos julga, nos revitimiza e, sobretudo, nos silencia. O que garante que a maioria dos casos de violência sexual não seja nem notificada, muito menos investigado.
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E a prevalência da cultura machista na sociedade coisifica a mulher que tem que ter um determinado comportamento, maneira de se vestir, lugares corretos para frequentar, quando sabemos que a maior parte da violência acontece por pessoas próximas e até mesmo dentro de casa, por pais, irmãos e maridos.
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Isso resulta em três graves consequências:
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A mulher muitas vezes não reconhece que sofreu um estupro, de tão naturalizada a violência sexual;
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A vítima se culpa pela violência;
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A certeza da impunidade estimula a prática de novos abusos.
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Mas não importa o que você estava vestindo, fazendo ou quantos parceiros sexuais teve. Sem o seu consentimento, não importa quem, quando ou onde, ainda é estupro!
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Estupro é estupro. E é injustificável.
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É por isso que nós, da Think Olga, lançamos nesta quarta-feira, 06 de junho, o Especial Olga: Estupro. Um guia que reúne informações necessárias a todos, desde sobreviventes até amigos e parentes de vítimas ou pessoas interessadas em entender melhor a questão. Apresentamos conceitos, avaliamos o cenário da violência sexual no Brasil e damos as orientações mais urgentes para as vítimas. Tudo de forma cuidadosa, próxima, sensível e didática para que você se sinta acolhida e protegida. Porque se munir de informação é importante para você saber que nunca foi, é ou será a culpada por ter sido violentada.
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A culpa nunca é sua! E você não está sozinha!
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