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Em cartaz no Rio, peça ‘Mujeres de Arena’ relata feminicídios históricos da América Latina

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Veja publicação original: Em cartaz no Rio, peça ‘Mujeres de Arena’ relata feminicídios históricos da América Latina

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Por Thaina Rodrigues

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Doze mulheres são assassinadas a cada dia no Brasil. Segundo a Organização das Nações Unidas, 14 dos 25 países com as taxas mais elevadas de feminicídio estão na América Latina.Não faltam dados para atestar que a violência contra a mulher é um assunto urgente. Motivada por constatações como esta, a artista Rosite Val interpretou um sinal do acaso como a oportunidade de colocar em cena um clamor para a conscientização de seu público. Ao encontrar uma carta com o texto de “Mujeres de arena”, do dramaturgo Humberto Hombles, a artista caiu no choro e decidiu que levaria para o palco uma peça sobre os feminicídios e os desaparecimentos de mulheres de Chihuahua (México) de 1993 até os dias atuais. A peça tem suas últimas apresentações nesta quarta (11) e nesta quinta-feira (12), no Parque das Ruínas, em Santa Teresa.

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— Minha produtora falou que tinha encontrado este texto numa caixa antiga. Ao me lembrar que tinha estes escritos desde 2010, comecei a chorar e a pensar: preciso falar disso neste momento. Foi uma necessidade de denúncia. É um ato manifesto contra todos os feminicídios — frisa a atriz.

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Em cartaz desde o início de março, a peça estava sendo exibida no dia da morte da vereadora Marielle Franco, em 14 de março deste ano. Foi mais uma chance de a artista prestar homenagens e mostrar que há muita luta pela frente. No último mês, depois de passar pelos teatros Maria Clara Machado, Ziembinski, Gonzaguinha, Val encerra a temporada no Parque das Ruínas, e vê que sua arte cumpriu algumas missões:

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— Se temos uma plateia de 300 pessoas e uma sai dali pensando no que viu, o dia está ganho. Lembro que, nesta temporada, uma senhora se deu conta de que a sobrinha estava vivendo um relacionamento abusivo. A moça tinha sido queimada no peito, com um cigarro, pelo namorado. Em outra ocasião, uma pessoa da plateia identificou que o filho estava tendo atitudes machistas, e decidiu que ia orientá-lo… Estes relatos que podem mudar vidas me deixam com o coração agradecido.

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O roteiro também tem impulsionado a artista a se integrar com coletivos feministas. Segundo ela, há intenção de promover mostras seguidas de debates sobre a violência contra a mulher:

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— Estamos em contato com o pessoal da Artemis (ONG e Centro Cultural), da Criola (de defesa e promoção dos direitos das mulheres negras), mas está tudo muito no começo. Quando falamos de violência contra a mulher, muitos acham que é um assunto distante. Mas, infelizmente, qualquer uma de nós pode ser a próxima. Precisamos nos mover contra isso e para que fiquemos atentas.

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‘Mujeres de Arena’: Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas: Rua Murtinho Nobre 169, Santa Teresa. Qua e qui, às 19h30. R$ 30/Meia: R$ 15.

 

 

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