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Em 30 dias Araraquara registra três feminicídios

Saiu no site A CIDADE ON ARARAQUARA:

 

Veja publicação original: Em 30 dias Araraquara registra três feminicídios

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Hemilly, Camila Lourenço e Josiane Mendes foram vítimas de homens violentos

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Um tio que espanca a sobrinha até a morte, um homem inconformado com o fim do relacionamento mata a namorada com vários golpes de faca e uma moradora de rua, indefesa é quase degolada por um assassino ainda desconhecido.

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Relembre os casos

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Garota espancada pelo tio morre na Santa Casa 

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Mulher é morta com 10 facadas em Araraquara

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Mulher é assassinada com golpe de faca no pescoço

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São três histórias distintas que ganharam repercussão em Araraquara nos últimos 30 dias pela forma cruel como essas duas mulheres e uma adolescente foram assassinadas.

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As três araraquarenses engrossaram ainda mais as estatísticas de feminicídio no Brasil. Essa denominação é recente e pode ser classificada como crimes de ódio motivados pela condição de gênero.

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Um levantamento feito recentemente pelo portal G1 mostra que, em média, 12 mulheres são mortas todos os dias no Brasil. Em 2017, segundo o levantamento foram 4.473 homicídios dolosos, sendo que 946 deles foram classificados como feminicídios.

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Só em Araraquara, no ano de 2017, foram feitos mais de dois 1.000 boletins de ocorrência de violência doméstica e cerca de cinquenta e dois boletins de ocorrência de violência sexual.

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Para a Coordenadoria Executiva de Políticas Públicas para Mulheres, os números municipais são um reflexo das estatísticas nacionais e mostram o quanto a pauta da violência contra mulher precisa estar sempre em destaque, visando mudança de cultura e de comportamento, em busca da redução da desigualdade que coloca mulheres em situação de extrema vulnerabilidade.

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Repercussão 

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A advogada Carla Missurino, ex-presidente da OAB Mulher e militante na luta contra a violência doméstica explica que esses casos afetam todas as mulheres.

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“O crime de violência contra a mulher ele é crescente. A questão é de gênero mesmo. Esses crimes geraram uma sensação de insegurança muito grande. A violência está perpetrada de forma cruel contra as mulheres e todas nós ficamos perplexas de ver a crueldade desses crimes”, disse ela.

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A advogada lembra que é preciso denunciar casos de abuso: “Ao menor sinal de violência desse companheiro, desse namorado, desse ex-marido, ex-namorado, ex-companheiro, seja ameaça ou violência psicológica, uma simples tentativa de agressão, não importa, a mulher tem que denunciar e principalmente é importante que ela mantenha a representação criminal contra essa pessoa. Independente de eles voltarem a se relacionar ou não”, explica.

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Carla faz questão de lembrar que ao retirar a queixa, a mulher concorda indiretamente com os atos de violência. “Ela está dando um salvo conduto para o crime. A mulher tem sim que representar contra ele para que ele vá até o fórum e responda pelo crime de violência doméstica”, enfatiza.

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A Coordenadoria de Políticas Públicas para Mulheres ressalta que atos de tamanha crueldade não podem ser banalizados e nem considerados naturais. “Precisamos nos alarmar enquanto sociedade e afirmar um pacto pelo fim da violência contra a mulher. A luta contra o desequilíbrio social entre homens e mulheres continua, só assim teremos uma sociedade mais igualitária e sem violência. Por nenhum direito a menos, e em solidariedade aos familiares de Camila, prestamos nossas mais sinceras condolências”, disse texto encaminhado para a redação do portal A Cidade ON Araraquara.

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Apoio 

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Por meio de nota, enviada antes da notícia do assassinato de Josiane Mendes, o Centro de Referência da Mulher (CRM), órgão municipal de acolhimento e atendimento de mulheres vítimas de violência, comunicou que iniciará atendimento específico para as mulheres da família de Camila e para as demais mulheres que presenciaram o fato.

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O texto lembra ainda que o órgão fornece atendimento psicológico e acompanhamento às mulheres que estejam sofrendo qualquer tipo de vulnerabilidade.

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O CRM funciona entre 7h e 17h30, de segunda à sexta, contando ainda com um telefone de plantão 24h (16) 99709 9633.

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Os três casos 

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Hemilly  

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No dia 11 de março, Hemilly Brenda Gonçalves de Oliveira, de 14 anos, morreu na Santa Casa de Araraquara devido aos graves ferimentos que sofreu ao ser espancada pelo tio no bairro Maria Luiza.

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A polícia foi acionada pelo avô da garota, que a socorreu para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Via Expressa. O senhor contou aos policiais que a neta chegou em casa e disse que tinha saído com um rapaz. O tio, de 27 anos, alterado pelo uso de bebida alcoólica, disse que o menino era traficante e por isso, espancou a sobrinha.

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Ela teria levado vários socos e pontapés. O homem teria ainda batido a cabeça dela contra a parede, o que causou traumas graves e posteriormente a morte.

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O agressor teve a prisão preventiva decretada e está no Anexo de Detenção Provisória (ADP) de Araraquara. Ele responderá prelo crime de homicídio.

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Camila 

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Na última segunda-feira (09), a polícia conseguiu prender Antônio Marcos Bueno, de 35 anos, acusado de assassinar, com mais de 10 facadas, a gerente de esmalteria Camila Lourenço, de 32 anos. O crime aconteceu na Avenida Alberto Santos Dumont, no Jardim Higienópolis.

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Camila teria ido até a casa da mãe de Antônio para terminar o relacionamento. A faca utilizada no crime era da própria família e estava no quarto do acusado.

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A mãe e a irmã de Antônio tentaram ajudar Camila, mas também acabaram feridas e foram socorridas pelo Samu com ferimentos leves.

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Ainda na tarde de ontem, foi decretada a prisão preventiva de Bueno que agora aguardará preso pelo julgamento. Ele está no Anexo de Detenção Provisória de Araraquara (ADP).

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Josiane 

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Na madrugada desta quarta-feira (11), Josiane Aparecida Mendes, de 44 anos, identificada como moradora de rua, foi encontrada morta pelo seu companheiro em uma mata atrás do Espaço Kaparaó, no Jardim Yamada.

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Em entrevista ao portal A Cidade ON Araraquara e a Jovem Pan, o homem, identificado apenas como Claudinei, negou participação no crime.

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“Eu desci (na mata) para pegar meu carrinho de sucata e encontrei ela caída, morta, no chão, com uma facada no pescoço”, disse ele

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A Polícia Militar foi chamada, isolou a área para o trabalho da Polícia Científica que coletou provas que podem ajudar na investigação.

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A polícia investiga se Claudinei tem participação no crime e se outro morador de rua, encontrado esfaqueado em um local próximo é vítima do mesmo assassino ou autor do feminicídio.

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