Saiu no site BBC BRASIL
Veja publicação original: Djamila Ribeiro e Tábata Amaral estão em lista da BBC de 100 mulheres influentes no mundo
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A BBC anunciou sua lista de 100 mulheres inspiradoras e influentes de todo o mundo em 2019. Neste ano, a iniciativa tem como tema central a indagação: como seria o futuro conduzido por mulheres?
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Os nomes escolhidos estão na vanguarda de seus campos e nos ajudam a vislumbrar como será a vida em 2030. A escolha se baseia em suas experiências pessoais, abrindo caminho para as próximas gerações.
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Duas brasileiras estão entre as eleitas deste ano: a filósofa Djamila Ribeiro e a deputada federal Tábata Amaral (PDT-SP).
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Djamila Ribeiro, de 39 anos, é atualmente uma das vozes mais influentes do movimento pelos direitos das mulheres negras no Brasil.
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Graduada e mestre pela Universidade Federal de São Paulo, Djamila se dedica ao ativismo em temas como feminismo, racismo e empoderamento feminino.
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Foi secretária-adjunta da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania da cidade de São Paulo, na gestão de Fernando Haddad (PT), entre maio a dezembro de 2016.
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Autora de Quem tem Medo do Feminismo Negro? e O Que é Lugar de Fala? e prestes a lançar Pequeno Manual Antirracista, a escritora é fundadora do selo editorial Sueli Carneiro, que publica obras de escritoras negras brasileiras, latinas, indígenas e LGBTQI+.
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Por meio das redes sociais, onde tem centenas de milhares de seguidores e de suas colunas em jornais e revistas de grande circulação, Djamila estimula um debate sobre como o preconceito se dá na prática.
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“Para pensar no futuro, primeiro é necessário reconhecer os erros do passado. Somente enfrentando o colonialismo e suas consequências será possível coexistir com dignidade”, diz Djamila.
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Tábata, de 25 anos, é uma das mais jovens mulheres a integrar o Congresso brasileiro. Foi eleita em 2018 como a sexta deputada federal mais votada em São Paulo, com 264.450 votos.
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“Minha maior esperança para o futuro das mulheres no Brasil é que nossa luta por direitos iguais, por oportunidades iguais seja tão consolidada que a próxima geração de meninas nasça sem limites para seus sonhos”, diz Tábata.
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“Elas crescerão sabendo que podem estar na política, na ciência, onde quiserem. Estou certa de que, se esse sonho se realizar, teremos o país que merecemos: mais inclusivo, desenvolvido e ético.”
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Futuro sustentável
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Tábata cresceu na Vila Missionária, na periferia de São Paulo e ganhou medalhas em concursos de matemática, astronomia, física e robótica.
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Recebeu uma bolsa para estudar na Universidade Harvard, nos Estados Unidos, onde se formou em Ciência Política e Astrofísica. Neste período, contou por três anos com uma ajuda de custo da Fundação Estudar, mantida pelo empresário Jorge Paulo Lemann.
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Antes de entrar para a política, trabalhou como pesquisadora, professora e funcionária das secretarias de Educação de Sobral, no Ceará, e Salvador, na Bahia.
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Foi uma das cofundadoras do Movimento Mapa Educação, organização de apoio a iniciativas e lideranças juvenis na área, e do Movimento Acredito, que busca promover uma renovação política no país. Também integra o movimento RenovaBR, que busca apoiar novos nomes na política nacional.
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Como deputada, Tábata se classifica como “progressista” e de “centro-esquerda” e tem como principais agendas educação, direitos das mulheres, inovação política e futuro sustentável.
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Ganhou visibilidade nacional ao fazer críticas duras ao então ministro da Educação, Ricardo Vélez, em uma audiência na Câmara, quando cobrou propostas e projetos da pasta.
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A deputada é alvo desde julho de um processo disciplinar instaurado pela executiva nacional do PDT contra ela e outros sete deputados da legenda, por seus votos à favor da reforma da Previdência, contrariando a orientação do partido, e teve sua representação partidária suspensa até que o processo seja concluído.
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Em reação, anunciou que entrará na Justiça para deixar o PDT sem perder o mandato ao alegar perseguição política, o que o partido nega.
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Brasileiras em outras edições
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Em edições anteriores, outras brasileiras figuraram entre as 100 mulheres mais influentes do mundo em eleição promovida anualmente pela BBC. Confira:
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* Adriana Behar – a ex-jogadora de vôlei e medalhista olímpica busca fomentar o esporte desde 2011 como membro do Comitê Olímpico brasileiro (COB).
* Ana Luiza Santos de Andrade – a estudante e jogadora de futebol trabalha para que meninas e os meninos joguem este esporte em igualdade de condições.
* Beatriz Vaz e Silva – a jogadora de futebol divide-se também entre as funções de treinadora e ativista pelos direitos das mulheres no esporte.
* Bel Pesce – a empresária formou-se no Instituto de Tecnologia de Massachussets, nos Estados, em Engenharia Elétrica e Ciências da Computação e tornou-se palestrante e escritora sobre empreendedorismo.
* Claudianny Drika – dedica-se a ensinar o esporte a crianças da favela da Rocinha, no Rio de Janeiro.
* Fernanda Nunes – a atleta do remo é também blogueira e ativista, promovendo a igualdade de gênero no esporte.
* Gabriella Di Laccio – a soprano é fundadora do Projeto Donne: Women in Music, Brasil, que tem objetivo de celebrar e promover o trabalho de mulheres compositoras.
* Helena Pacheco – a ex-jogadora e ex-técnica de futebol foi uma das pioneiras do esporte no país e revelou a jogadora Marta.
* Lorrana Scarpioni – a empresária é fundadora da Bliive, uma rede colaborativa que promove a troca de de experiências, conhecimentos e habilidades.
* Luiza Travassos – a estudante mantém um blog no qual fala de seu cotidiano e de sua paixão por futebol.
* MC Soffia – a rapper abordando temas importantes em seu trabalho, como o empoderamento de jovens negras como ela.
* Maíra Liguori – comanda o Think Olga, ONG dedicada a empoderar as mulheres por meio da informação.
* Marta da Silva – a jogadora de futebol foi eleita seis vezes a melhor do mundo e é atualmente a maior artilheira em Copas do Mundo neste esporte.
* Nora Rónai – a arquiteta nascida na Itália, tornou-se escritora e atleta de natação, esporte no qual conquistou seis medalhas no Campeonato Mundial de Matsers em 2014 aos 90 anos.
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