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Dia Internacional da Igualdade Feminina: 18 lutas que ainda enfrentamos

Saiu no site FINANÇAS FEMININAS: 

 

Veja publicação original: Dia Internacional da Igualdade Feminina: 18 lutas que ainda enfrentamos

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Por Ana Paula de Araujo

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Dia Internacional da Igualdade Feminina – comemorado dia 26 de agosto – pode não ser tão conhecido como o Dia Internacional da Mulher, mas tem sua importância não apenas por comemorar as conquistas, mas também por lembrar por que ainda precisamos lutar.

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Ele celebra o dia em que os Estados Unidos permitiram que as mulheres fossem às urnas pela primeira vez, em 1920. Essa conquista foi possível graças ao movimento sufragista, composto por mulheres de diversas classes sociais que chegaram a recorrer à desobediência civil para garantir o direito de votar.

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Hoje, podemos exercer a cidadania plenamente. Porém, esse direito só foi garantido por lei no Brasil em 1932. Na Arábia Saudita, apenas em 2015. Pensando por este lado, a conquista não parece tão distante assim, certo?

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Há muita luta pela frente. Mulheres ainda ganham menos, são as principais penalizadas pela gravidez, têm maiores dificuldades em alcançar cargos de liderança e também são minoria na política. Reunimos alguns motivos que mostram que, sim, a sociedade ainda nos deve muito para que possamos alcançar a tão sonhada igualdade de gênero.

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1. Ser mulher em 2017 foi ainda mais difícil do que em anos anteriores (pasme)

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A sensação de que os direitos, especialmente os das mulheres, estão sofrendo retrocessos não é apenas impressão: o Relatório de Desigualdade Global de Gênero – o maior do mundo – do ano passado mostrou que está ainda mais difícil ser mulher em 2017. De acordo com os números, apenas alcançaremos a equidade daqui a 100 anos nas áreas analisadas – empoderamento político, saúde e sobrevivência, participação econômica e acesso à educação. Em 2016, a estimativa era de 83 anos.

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2. A desigualdade de gênero começa ainda na infância

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Se você cresceu em uma família com outros homens – pais ou irmãos –, provavelmente sentiu que o peso das tarefas domésticas pendia mais para você. De acordo com um levantamento feito por pesquisadores da Universidade de Maryland (EUA), isso não é só impressão: meninos de 15 a 19 anos fazem cerca de meia hora de trabalho doméstico por dia, enquanto as meninas empenham 45 minutos diariamente.

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Somos condicionadas desde pequenas a suportar a sobrecarga de trabalho não remunerada sem reclamar. Veja mais detalhes do estudo e as consequências dessa criação nessa matéria.

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3. As tarefas domésticas ainda sobram pra gente

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Além das consequências na carreira da mulher, ter para si a responsabilidade de cuidar do lar também rende muito cansaço, estresse e falta de qualidade de vida. Para que se tenha ideia, segundo relatório da Oxfam, mulheres contribuem com US$ 10 trilhões em cuidados não remunerado todos os anos.

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Cansadas, algumas mulheres decidiram desabafar no Twitter usando a hashtag #porramaridos. Reunimos alguns tweets tanto cômicos quanto assustadores que provam que a sociedade ainda precisa evoluir, e muito, para conseguirmos a tão sonhada igualdade de gêneros – clique aqui e veja.

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4. Ainda recebemos, em média, 77% do salário dos homens

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Isso não é um chute: o dado é fruto de um estudo do Instituto Locomotiva. Enquanto os homens recebem, em média, R$ 2.408, as mulheres ganham R$ 1.863 no Brasil.

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5. A possível causa? Maternidade

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Ao mesmo tempo que a sociedade impõe a maternidade, também joga sobre as mulheres todo o seu peso. Um estudo da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, concluiu que a diferença salarial entre os gêneros é, basicamente, uma penalização por nós termos filhos. Clique aqui para entender e veja os dados alarmantes.

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Nessa matéria, discutimos outras causas para a desigualdade salarial.

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6. A maternidade também prejudica a carreira

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Uma pesquisa da Catho feita com 13.161 participantes de todo o Brasil mostrou que 28% das mulheres deixaram o mercado de trabalho por um período que foi além da licença-maternidade após a chegada dos filhos. Esse percentual, por outro lado, foi de apenas 5% entre os homens.

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Outro levantamento – este do Instituto Market Analysis em parceria com a Rede WIN – mostrou que, no Brasil, 50% das mães afirmam ter deixado de lado algumas metas e ambições depois da maternidade. A perspectiva de recolocação no mercado de trabalho é ainda pior para as mães com mais de dois filhos.

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7. A Reforma Trabalhista pode ser mais prejudicial para nós

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“Questões relativas à falta de representatividade das trabalhadoras nos sindicatos, somadas à sua maior vulnerabilidade por conta das desigualdades ainda prementes, fazem com que elas estejam mais expostas à precarização do trabalho”, afirmam as advogadas Ana Paula Braga e Marina Ruzzi, especialistas em Direitos da Mulher e sócias do escritório Braga & Ruzzi. Entenda essas mudanças aqui.

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8. Mulheres em viagens corporativas ainda são minoria, segundo estudo

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Um estudo realizado pela hoteleira Wanup constatou que 62% dos viajantes corporativos, na Europa, são homens e apenas 38% são mulheres. “Essa desigualdade é uma das nuances do machismo, enraizado na sociedade, e isso impacta de forma direta o desenvolvimento profissional de muitas mulheres”, conta nossa colunista Nathalia Marques, do Portal M Pelo Mundo. Ela explica aqui a importância de vencermos essa barreira.

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9. Ocupamos apenas 25% dos cargos mais altos, segundo o LinkedIn

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Sim, você leu certo. Essa foi a conclusão, que já foi apontada em outros estudos, foi confirmada em um levantamento do LinkedIn, que analisou dados de dez países de acordo com os próprios perfis cadastrados na plataforma. Veja aqui as áreas com mais lideranças femininas.

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10. O machismo nos persegue até no LinkedIn

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Cansada de ser assediada na plataforma, Andrea Myles, CEO do Projeto China Millenium, na Austrália, decidiu mudar seu perfil no LinkedIn para masculino. O resultado? Melhores oportunidades de emprego e menos questionamento sobre suas habilidades – apenas por ter mudado o gênero de seu perfil. Confira aqui o relato completo.

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11. Ainda nos sentimos inferiores na ciência

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As mulheres na ciência são extremamente produtivas: só no Brasil, já redigimos metade dos artigos científicos, sendo que o número de autoras cresceu 11% nos últimos 20 anos. Outro estudo, conduzido pela Universidade de Edimburgo (Escócia), também já apontou que as diferenças no cérebro masculino e feminino são mínimas. Sendo assim, é justo termos certeza de que somos tão boas quanto os homens quando o assunto é ciência, certo?

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Infelizmente, essa não é a realidade. Pesquisadores da Universidade do Estado do Arizona (EUA) descobriram que, sim, somos igualmente boas em ciências. Porém, acreditamos que somos piores nestes assuntos por puro condicionamento social.

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12. Temos que lidar com machismo arraigado nas relações de trabalho

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Já ouviu falar sobre mansplaining? Essa palavra pode até ser estranha para você, mas é bem provável que você já tenha sofrido isso na pele. Isso acontece quando um homem explica algo muito óbvio para uma mulher de forma extremamente detalhada e didática – como quem fala com uma criança –, como se ela não tivesse capacidade mental de entender de outra forma.

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Além de derrubar a autoestima da mulher, este tipo de machismo “sutil” costuma ser acompanhado de outras atitudes, como o chamado manterrupting – quando um homem interrompe uma mulher de forma constante e desnecessária, sem deixá-la concluir seu raciocínio. Saiba mais sobre essas atitudes e como elas te prejudicam aqui.

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13. Não temos direito sobre nossos próprios corpos

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O Finanças Femininas se posiciona a favor da descriminalização urgente do aborto. “Acreditamos que a mulher tem o direito fundamental sobre o seu próprio corpo e de decidir se leva ou não uma gravidez adiante. Garantir o acesso seguro ao aborto é, para nós, uma política de saúde pública de forma a reduzir a mortalidade de mulheres”, pontua Carolina Sandler, fundadora do site. Leia nosso manifesto aqui.

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14. Mulheres de todas as classes sociais estão sujeitas ao assédio e violência

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Os últimos casos de denúncia em Hollywood comprovam isso. Em outubro do ano passado, várias atrizes se uniram em protesto após denúncias de assédio sexual cometido pelo produtor Harvey Weinstein. Com a hashtag #Metoo (#EuTambém), as intérpretes participaram do Globo de Ouro com vestidos pretos, em sinal de luto pelo o que acontece na indústria cinematográfica. Veja aqui alguns relatos chocantes.

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15. Mulher gostar de futebol? Também não pode

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Ouvimos desde pequenas que o esporte é “coisa de menino” e, para as que persistem, resta lidar com todo o preconceito. No entanto, isso não significa sofrer calada. Diversos grupos de mulheres se levantaram para lutar contra essa cultura misógina. Contamos as histórias de diversas torcedoras corajosas aqui.

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16. Apesar de ganharmos menos, pagamos mais caro em produtos “para mulheres”

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É a chamada “pink tax” (“taxa rosa”, em tradução livre), fenômeno onde as versões “femininas” de produtos e serviços custam mais do que as “masculinas” – mesmo que elas sejam iguais. Ela é a culpada por aquela sensação de que, toda vez que vamos fazer compras com um homem, ele gasta muito menos – a culpa não é, necessariamente, do volume de sacolas que você carrega. Saiba como fugir da pink tax aqui.

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17. Apesar de tanta discrepância, a igualdade de gênero pode salvar a economia

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É o que defende a jornalista econômica sueca Katrine Marçal, autora do livro “O Lado Invisível da Economia: Uma Visão Feminista”. Ela argumenta que todo o arquétipo que baseia a economia hoje em dia foi desenhado sem considerar o trabalho invisível das mulheres. Entenda o raciocínio extremamente lúcido da escritora clicando aqui.

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Carol Sandler, fundadora do Finanças Femininas, também já defendeu essa ideia em diversos artigos – veja um deles aqui.

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18. Nós também poderíamos construir um mundo mais justo

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O que aconteceria se as políticas públicas fossem planejadas por mulheres? Talvez teríamos menos medo de andar sozinha nas ruas, ou teríamos mais acesso a uma saúde pública de qualidade. Infelizmente, a representatividade feminina no poder público é tão pequena que tudo fica na hipótese: ocupamos o 115º lugar no ranking de mulheres na política, dentre 138 países analisados pelo Projeto Mulheres Inspiradoras (PMI).

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Mas não custa nada sonhar (e lutar), né? Nessa matéria, conversamos com diversas especialistas, que apontam como a nossa sociedade seria se mais mulheres estivessem no poder.

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Enquanto isso, vamos à luta?

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Você pode não ser do tipo que vai em protestos na rua, mas pode fazer muita coisa no seu dia a dia. Neste link, reunimos algumas pequenas atitudes que você pode tomar para lutar pela equidade de gêneros e direitos da mulher – clique aqui, anote e coloque em prática!

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Também há muito para ser feito no mercado de trabalho. Aqui, listamos 5 soluções para a desigualdade de gênero no mercado. Já nessa matéria, mostramos o que você pode fazer na prática – especialmente se você ocupar um cargo de liderança.

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E aí, vamos juntas rumo à igualdade de gêneros?

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Fotos: Fotolia e Tenor

 

 

 

 

 

 

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