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Denúncias contra João de Deus também chegam por PABX e via maridos

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Veja publicação original:  Denúncias contra João de Deus também chegam por PABX e via maridos

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Para a promotora Gabriela Manssur, a divulgação dos casos encoraja outras mulheres a fazerem denúncias

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As denúncias de abusos sexuais contra o médium João Teixeira de Faria, 76, conhecido como João de Deus, não param de chegar para promotoras do Ministério Público de São Paulo.

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“Estão vindo de todos os lados. Chegam pelas redes sociais pessoais [das promotoras] e oficiais do Ministério Público. Pelo WhatsApp, Telegram, Facebook, email pessoal e institucional e até por colegas, que conhecem vítimas, e nos avisam”, afirma a promotora Silvia Chakian.

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No sábado (8), 13 mulheres contaram ao programa Conversa com Bial, da TV Globo, e ao jornal O Globo terem sido violentadas sexualmente pelo medium. Desde então, dezenas de mulheres já relataram à imprensa ou às autoridades terem sido vítimas de crime sexual cometido por João de Deus.

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Para a promotora Gabriela Manssur, a divulgação dos casos encoraja outras mulheres a fazerem denúncias. “É impressionante o efeito cascata. Desde sexta-feira, a cada hora vem um email, WhatsApp, ligação, um pedido de ajuda de todo o Brasil”, diz.

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Manssur afirma que até maridos têm procurado o Ministério Público para denunciar situações que afetaram suas companheiras.

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“Pelos relatos que estamos recebendo, não há nenhum elo entre essas pessoas. São perfis diferentes. Você percebe que é uma narrativa com sentimento, verdade e sede de Justiça”, conta.

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A promotora Valéria Scarance, coordenadora do núcleo de gênero do MPE-SP, diz que amigos e parentes de vítimas entraram em contato para denunciar. “Tem gente que ligou até para a assessoria de imprensa do Ministério Público, ligaram para todo mundo”, diz.

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As promotoras participam da força-tarefa montada pelo Ministério Público de São Paulo para receber as denúncias. Promotorias de outros estados, como Goiás, Maranhão e Rio de Janeiro, também montaram equipes e canais de comunicação específicos para o caso.

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Até a tarde desta terça-feira, o Ministério Público de Goiás realizou 206 atendimentos, a maioria por email, a mulheres que se apresentam como vítimas de João de Deus.

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“Elas se identificaram como sendo de Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. O MPE-MG informou que fez dois atendimentos hoje”, afirmou a Promotoria de Goiás, por meio de nota.

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Em São Paulo, os primeiros depoimentos começam nesta terça-feira (11) e vão se prolongar até janeiro –na próxima semana, a Promotoria entra em recesso. “Temos dez oitivas agendadas até esta sexta-feira (11), com cerca de três ou quatro mulheres por dia”, diz Manssur.

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A força-tarefa inclui três setores do MPE-SP: o Centro de Apoio Criminal, o Núcleo de Gênero e a Promotoria de enfrentamento à violência contra mulher.

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Segundo as promotoras, o trabalho agora é transformar essas comunicações informais em depoimentos presenciais. A força-tarefa então encaminhará o material para a Promotoria de Goiás, que pode entrar com um processo contra o médium.

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A defesa de João de Deus nega as acusações. O advogado do médium, Alberto Toron, diz que ele recebeu com “indignação” a notícia de que é acusado de crime sexual e está à disposição das autoridades para esclarecimentos. Ele critica a falta de identificação de parte das mulheres -que argumentam temer represálias.

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Segundo a força-tarefa em São Paulo, apenas na manhã de segunda-feira chegaram 12 emails. “No total são 40 relatos, ainda que informalmente, de fatos graves”, diz Manssur.

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As promotoras afirmam que ainda não é possível afirmar o número exato de denúncias, porque é preciso que as mulheres compareçam ao Ministério Público e formalizem o depoimento.

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“Existe um grupo de mulheres que foram vítimas de abusos [do médium], que já estava reunido, e me procurou. Neste grupo tem mais de 200. Só que elas ainda não querem se identificar, são relatos, então não dá para considerar isso como número de vítimas”, afirma Manssur.

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Segundo avaliação do Ministério Público de Goiás e das três promotoras, depoimentos das vítimas são provas suficientes para embasar uma condenação por crimes sexuais.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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