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Aula de mecânica, elétrica e marcenaria pra mulheres: “É possível aprender”

Saiu no site UNIVERSA

 

Veja publicação original:   Aula de mecânica, elétrica e marcenaria pra mulheres: “É possível aprender”

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Por Priscila Gomes

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Com o objetivo de combater a desigualdade de gênero e oferecer autonomia para as mulheres, Thais Nobre, 25 anos, depois de se formar em Engenharia de Controle de Automação resolveu criar cursos de pequenos reparos para o público feminino.

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Em pouco mais de dois anos, o projeto já formou mais de 1200 alunas com cursos de mecânica, elétrica, jardinagem, marcenaria, reparos domésticos, revestimentos e hidráulica. Todos os treinamentos têm duração de quatro horas contendo teoria, prática e apostilas.

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Thais começou a pesquisar o público em grupos no Facebook, formados apenas por mulheres, com o objetivo de reunir pelo menos uma turma para os primeiros cursos. Em poucas horas, muitas delas mostraram interesse. “A intenção era ensinar a consertar pequenos reparos como troca de chuveiro, vazamento de torneira. Pela interação e demanda, percebi que estava no caminho certo”, conta.

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O início de tudo

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Arquivo Pessoal
Imagem: Arquivo Pessoal

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O negócio então nasceu, cresceu e hoje emprega sete instrutoras fixas e outras colaboradas diretas. Todas ministram e organizam os cursos. Batizado de “Se Vira, Mulher”, o projeto logo no início recebeu uma apoiadora, Vanessa Louzada, 39 anos, empresária e investidora de iniciativas femininas.

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“Eu sempre busco novas oportunidades para investimentos principalmente para trabalhos de mulheres. E fiquei impactada por esse negócio. Conversamos, alteramos algumas coisas, planejamos e está dando tudo muito certo”, conta.

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Depois da iniciativa, o projeto cresceu e em dois anos de atuação, o “Se Vira, Mulher” já ministrou 95 cursos, formou 1240 mulheres em oito cidades: São Paulo, Osasco, São Bernardo, São Caetano, São Carlos, Campinas, São José dos Campos e Registro. “Eu me sinto realizada vendo tantas mulheres aprendendo a fazer reparos, e o melhor de tudo com autonomia, se empoderando”, sonha Thais.

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A co-fundadora do projeto e mãe de Thais, Edna Braga Cruz, contadora, 44 anos, conta porque apoiou a iniciativa da filha. “A gente já seguia uma página no Facebook de mulheres que prestavam serviços em reparos domésticos. Foi a partir daí que ela pensou em capacitar essas trabalhadoras com cursos, que é uma forma de acolher também.

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Em vez de contratar alguém para fazer o trabalho, ela mesma pode trocar um chuveiro, colocar uma prateleira na parede ou até acompanhar se o serviço está sendo feito de maneira correta”, conta orgulhosa.

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Oficina de marcenaria

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Quinze mulheres, de várias idades e profissões, participaram da última oficina de marcenaria que aconteceu em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. A analista de marketing Rosana Rodrigues dos Santos, 40, que mora em Santana, zona norte, buscou o curso porque sempre que precisava fazer os reparos em casa, chamava um homem.

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“Pretendo levar o que aprendi aqui para o projeto social que participo. A gente pretende reformar uma casa. Minha intenção é fazer mais cursos, mecânica e elétrica me interessam muito”.

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Outra participante, moradora de Poá, grande São Paulo, é a Roseli Lindomar da Silva Maximiniano, 47 anos, que ficou sabendo do curso através da filha que já conhecia o projeto. “Sempre gostei de trabalhos manuais, e acho também que a mulher precisa aprender a fazer tudo. Antigamente somente os homens faziam e hoje podemos ser independentes. Antes do curso começar, eu achava que era difícil, mas aqui na prática, do jeito que elas explicam, vi que não é”, diz.

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A gente é capaz de aprender tudo, basta querer”.

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Durante o treinamento, que tem a duração de pouco mais de quatro horas, elas tiveram duas horas de aula teórica com explicações sobre vários tipos de madeiras, medidas, cuidados com o manuseio, medidas padrões para cada tipo de móvel e ainda como manusear as ferramentas e instrumentos como, trena, esquadro, lápis, lixas, serras, furadeiras. E as últimas duas horas, a mulheres colocam a mão na massa e fabricam um banco. Elas se dividem em duplas ou trios com orientação das ministradoras.

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Longe dos computadores, a Edna Machado, 55, analista de sistemas, quis conhecer um pouco mais sobre a marcenaria para o novo aprendizado em algum outro projeto futuro. “Fiquei sabendo do curso pelo Facebook e estou adorando. Pretendo fazer outros e trazer mais amigas. Esses treinamentos trazem empoderamento para a mulher e isso é importante”, diz a moradora do Jaguaré que trouxe a esposa e outra amiga para participar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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