HOME

Home

Assassinato de professora acende alerta sobre falta de delegacias especializadas à mulher em RO

Saiu no site G1

 

Veja publicação original:  Assassinato de professora acende alerta sobre falta de delegacias especializadas à mulher em RO

.

Estado informou que há um projeto em trâmite, mas a longo prazo. Educadora, de 47 anos, foi morta a pauladas no último fim de semana.

.

Por Maríndia Moura

.

O assassinato da educadora Joselita Félix, de 47 anos, que gerou comoção e revolta da população nos últimos dias, acendeu um alerta em Rondônia sobre o fato de não existir atendimento especializado às mulheres 24 horas por dia durante toda a semana. O Estado informou que há um projeto em trâmite, mas a longo prazo.

.

No centro de Porto Velho, por exemplo, é em um prédio velho e com estrutura precária que funciona a Delegacia Especializada da Mulher (DEAM). No total, Rondônia conta com oito delegacias. Entretanto, nenhuma atende fora do horário de expediente e nem mesmo durante os finais de semana.

.

A briga de entidades defensoras dos direitos das mulheres para que haja atendimento 24 horas por dia, sem exceção de feriados, sábados e domingos, é antiga. A delegada titular da DEAM, Fabrícia Alves, disse que o projeto é realmente antigo, mas que não é tão simples de conseguir.

.

.

Caso Joselita Felix acende alerta sobre não existir atendimento especializado às mulheres 24 horas por dia.  — Foto: Facebook/Reprodução

Caso Joselita Felix acende alerta sobre não existir atendimento especializado às mulheres 24 horas por dia. — Foto: Facebook/Reprodução

.

Além de um prédio novo para que uma delegacia funcione 24 horas, seriam necessárias 10 unidades policiais especializadas ao público feminino. Há 11 anos, a Polícia Civil não faz concurso. A DEAM também depende de mais servidores para trabalhar.

.

Segundo a diretoria adjunta da Polícia Civil, o governo é sensível ao pedido. Porém, enquanto não é possível expandir o atendimento, segue trabalhando com o que se é possível.

.

O que pode ser feito antes mesmo de implantar delegacias 24 horas no estado, conforme o secretário adjunto de Segurança Pública, é tirar do papel um projeto recente que trata de um espaço melhor ao atendimento policial às mulheres vítimas de violência.

.

.

Feminicídio

.

Joselita foi morta pelo ex-marido no domingo, após ter a casa invadida pelo ex-companheiro, Ueliton Aparecido Silva, em Candeias do Jamari. O ex-marido foi preso logo depois do crime. Ele continua detido na unidade prisional Pandinha, na capital. A Justiça determinou que ele continue preso após audiência de custódia, que ocorreu nesta terça-feira (19).

.

O pai da educadora, Francisco Félix, estava em casa e presenciou o ataque. O idoso tentou salvar a filha e segurar o suspeito, mas também foi atacado a pauladas. Ele continua internado no Hospital e Pronto Socorro João Paulo II. O corpo da vítima foi enterrado na última segunda-feira (18) sob forte comoção.

.

.

Casa onde Joselita foi morta em Candeias do Jamari — Foto: Rede Amazônica/Reprodução

Casa onde Joselita foi morta em Candeias do Jamari — Foto: Rede Amazônica/Reprodução

.

Joselita era servidora municipal de Porto Velho, tinha 47 anos e estava casada há três anos, mas há dois meses tentava se separar do suspeito. Ela era graduada em Pedagogia pela Universidade Federal de Rondônia desde 1992 e também tinha bacharel em Direito pela Faculdade de Ciências Humanas, Exatas e Letras de Rondônia (2007).

.

Após o caso de feminicídio, centenas de pessoas fizeram protestos em Porto Velho na noite de segunda-feira e pediram por Justiça.

.

Na última segunda-feira, aos gritos de Justiça e segurando cartazes com os dizeres “Somos a voz da Jô” ou “Parem de nos matar! Chega de feminicídio”, dezenas de participantes, homens, mulheres e amigos da vítima foram às ruas da capital em protesto ao caso que terminou em morte.

.

.

Manifestação contra violência de gênero aconteceu nesta terça-feira (19) em Porto Velho  — Foto: Cássia Firmino/ G1 Manifestação contra violência de gênero aconteceu nesta terça-feira (19) em Porto Velho — Foto: Cássia Firmino/ G1

.

Na manhã desta terça-feira, dezenas de pessoas se reuniram em frente a Delegacia da Mulher, também em Porto Velho, para uma manifestação contra violência de gênero. A passeata percorreu as principais ruas da área central do município e contou com a presença dos alunos de Joselita.

.

Com palavras de ordem como, “Joselita, presente!”, “Parem de nos matar” e “Chega de violência”, na passeata foram ouvidos discursos de lideres de militâncias do município, que ressaltaram os números alarmantes de agressões e estupros que são registrados anualmente no estado.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Compartilhe

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no linkedin
LinkedIn

HOME