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Após ter habeas corpus negado, João de Deus passa 3ª noite preso suspeito de abusos sexuais

Saiu no site G1

 

Veja publicação original:  Após ter habeas corpus negado, João de Deus passa 3ª noite preso suspeito de abusos sexuais

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Médium dormiu sozinho em cela. Ele está preso no Núcleo de Custódia, em Aparecida de Goiânia, após se entregar à Polícia Civil. Segundo o MP-GO, mais de 500 relatos de abusos foram feitos ao órgão.

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Após ter o habeas corpus negado pela Justiça de Goiás, o médium João de Deus, preso suspeito de abusos sexuais durante tratamentos espirituais, passou a 3ª noite na prisão, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. De acordo com a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), o líder religioso dormiu na cela individual, mas deve retomar a convivência com outros quatro presos durante o dia, nesta quarta-feira (19).

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João de Deus dormiu na mesma cela em que passou a 2ª noite na prisão. Trata-se de um local com 2,5m por 3m, dentro do Núcleo de Custódia, que fica no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. A administração penitenciária informou que o médium tem recebido os medicamentos de uso contínuo normalmente.

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  • Ministério Público recebeu 506 relatos de abusos sexuais
  • Das mulheres que denunciaram caso ao MP, 30 já foram ouvidas
  • Polícia Civil colheu depoimentos de outras 15 mulheres. Apenas 1 caso vai virar inquérito
  • Há relatos de supostas vítimas de seis países e vários estados brasileiros
  • Médium é investigado por estupro, estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude
  • Força-tarefa também pretende investigar denúncia de lavagem de dinheiro
  • Não há pedido para suspensão do funcionamento da Casa Dom Inácio de Loyola, onde médium atende

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Na terça-feira, antes do pedido de habeas corpus feito pela defesa ter sido negado, a Polícia Civil apreendeu armas e uma mala de dinheiro em uma das residências do médium, em AbadiâniaTambém fizeram buscas na Casa Dom Inácio de Loyola, instituição fundada pelo líder religioso, local em que ele conduzia tratamentos espirituais e, segundo a corporação, onde os abusos sexuais ocorriam.

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Durante as buscas, os investigadores apreenderam armas, dinheiro, recibos e também estiveram na sala onde aconteceriam os abusos. Em depoimento, o médium afirmou que possui uma sala na Casa Dom Inácio de Loyola, cuja porta é transparente. Ele declarou que “nunca trancou a porta para atendimentos e, muitas vezes, é o atendido quem a tranca”.

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Polícia apreende mala com dinheiro e armas em casa de João de Deus, em Abadiânia, Goiás — Foto: Reprodução/TV AnhangueraPolícia apreende mala com dinheiro e armas em casa de João de Deus, em Abadiânia, Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

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De acordo com João de Deus, a sala também possui um sofá, um local para refeição e um banheiro. Ele contou também que há duas janelas na sala, uma geralmente fica aberta e a outra fechada. “Outras pessoas podem visualizar o interior [da sala] do exterior”, afirma o suspeito.

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Diante dessas declarações, a polícia fez imagens do local para poder confrontar com todos os depoimentos colhidos.

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Os mandados de buscas e apreensões foi expedido junto com o pedido de prisão do médium. Esta foi a primeira vez que a Polícia Civil entrou na Casa desde que as denúncias de abuso sexual começaram a surgir.

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O advogado de defesa Alberto Toron informou que não foi comunicado sobre as buscas feitas na casa de não tem conhecimento do objetivo da ação. A administração da Casa Dom Inácio de Loyola informou que o local seguiu aberto e vai manter o funcionamento normal durante a semana.

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Habeas corpus negado

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A Justiça negou na terça-feira o habeas corpus para o médium João de Deus. O desembargador Jairo Ferreira Júnior foi o responsável por analisar o pedido em caráter liminar, feito pelo advogado Alberto Toron. Em nota, ele disse que pretende recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

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“Apenas a liminar foi apreciada e negada. O julgamento final do habeas deverá se dar após o recesso. Discordamos da decisão e vamos recorrer ao STJ”, declarou.

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Na decisão, o desembargador afirmou que o assunto deveria ser analisado pelo órgão colegiado, e não apenas por ele. “Ante a gravidade abstrata do delito e a necessidade de proteção às vítimas, em detrimento dos bons predicados pessoais, a presunção de inocência, da possibilidade de aplicação de medidas cautelares diversas da prisão e da ausência de elementos concretos que justifiquem o encarceramento provisório […], consistem, genuinamento, no próprio mérito da impetração, motivo pelo qual sua análise compete ao Órgão colegiado”, escreveu.

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João de Deus durante última visita à Casa Dom Inácio de Loyola — Foto: Murillo Velasco/G1João de Deus durante última visita à Casa Dom Inácio de Loyola — Foto: Murillo Velasco/G1

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Investigação

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João de Deus teve a prisão decretada na sexta (14) a pedido da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual de Goiás (MP-GO), que investigam os relatos de abuso sexual durante atendimento na Casa Dom Inácio de Loyola. No domingo, ele se entregou à polícia em uma estrada de terra em Abadiânia.

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O médium prestou depoimento na noite de domingo, durante três horas. João de Deus afirmou à Polícia Civil que, antes de as denúncias de abuso sexual virem à tona, foi ameaçado por um homem, por meio de uma ligação de celular. Além disso, negou os crimes e que tenha movimentado R$ 35 milhões nos últimos dias.

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Segundo o advogado Alberto Toron, o pedido de habeas corpus foi protocolado nesta segunda-feira (17). Em entrevista no domingo, ele citou como alternativas possíveis uma prisão domiciliar e o uso de tornozeleira eletrônica. Além disso, negou que tenha havido intenção de fuga.

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O jornal “O Globo”, a TV Globo e o G1 têm publicado nos últimos dias relatos de dezenas de mulheres que se sentiram abusadas sexualmente pelo médium. Os casos vieram à tona no programa Conversa com Bial de 7 de dezembro. Não se trata de questionar os métodos de cura de João de Deus ou a fé de milhares de pessoas que o procuram.

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