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A psicologia por trás da diferença salarial entre homens e mulheres

Saiu no site FINANÇAS FEMININAS: 

 

Veja publicação original:  A psicologia por trás da diferença salarial entre homens e mulheres

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Por Gabriella Bertoni

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Não é nenhuma novidade que a diferença salarial entre homens e mulheres é uma realidade em diversos setores do mercado de trabalho. Mas você já pensou em como viver essa realidade afeta a nossa autoconfiança e nosso senso de valor? Essa foi a pergunta feita por Kit Warchol, do site Career Contessa. A resposta encontrada por ela é muito pior do que apenas sentir indignação ao ver a diferença salarial.

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Tudo começou quando Warchol descobriu que ganhava muito menos do que um colega de trabalho do sexo masculino – a diferença chegou ao patamar de US$ 20 mil. Em sua carreira de quase 10 anos, esse foi o pontapé para ela começar a questionar a sua competência.

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“No dia que eu descobri que meu colega ganhava tão mais do que eu, comecei a pensar que não era qualificada o suficiente. Achava que tinha negociado o meu salário de forma errada ou não tinha conseguido impressionar o meu chefe. Em suma, assumi imediatamente que tinha falhado”, relembra.

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É impressionante o peso emocional de uma descoberta dessa, independentemente da diferença salarial. Mesmo que a autoestima não esteja necessariamente ligada ao patrimônio líquido, por que a mente dela foi direto para o motivo de não valer tanto quanto ele?

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“A desigualdade tem consequências na autoestima e causa um impacto no estado psicológico, pois mexe com os sentimentos, emoções, desperta uma frustração e até sentimento de impotência. Nenhuma mulher se sente bem trabalhando nestas condições”, pontua a psicóloga e escritora Marilene Kehdi.

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Sentir-se mal paga também prejudica a saúde

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A diferença salarial entre homens e mulheres não afeta somente a insatisfação da profissional. De acordo com estudos publicados no artigo do The Globe and Mail, “sentir-se mal pago dobra a probabilidade de um trabalhador relatar estresse, depressão e problemas com emoções”.

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O artigo também explica que surgem sintomas na saúde física, como dores de cabeça e insônia. “Quando ocorre essa situação, é comum que a mulher tenha o sentimento de inferioridade, acabe por perder sua confiança e segurança e, consequentemente, se sente incompetente e desmotivada. Por conta disso, é muito comum que essa mulher entre em conflito com ela mesma e sinta que não fez o suficiente”, comenta Barbara Brambila, terapeuta, especialista em constelação sistêmica e programação neurolinguística.

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Saber que você recebe menos também gera ressentimento

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A mesma publicação da Globe and Mail trouxe o resultado de um experimento realizado com dois macacos, que realizaram a mesma tarefa com o mesmo grau de habilidade (é possível assistir ao vídeo do experimento, em inglês, aqui). Um macaco recebeu apenas um pedaço de pepino, enquanto o outro uma deliciosa uva. O macaco que não recebeu a uva não se conforma, se joga no chão e sacode as grades da gaiola.

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Isso demonstra que é natural reagir ao pagamento desigual com raiva e protesto. “Em pleno século 21 ainda existe a desigualdade salarial de gêneros e a pergunta ‘porque as mulheres ganham menos que os homens?’ continua sem uma resposta. E isso acontece porque não existe resposta que justifique essa desigualdade”, questiona Kehdi.

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Ironicamente, nossa expectativa de ‘justo’ significa que nós não negociamos

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De acordo com Robin Pinkley, professor de administração da Cox School of Business da Southern Methodist University (EUA) e autor de Get Paid What You’re Worth (Seja pago pelo que você vale, em tradução livre) aponta que, embora possamos pensar que merecemos o que é justo, isso também trabalha contra nós.

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O autor explica que as mulheres, em particular, acreditam que uma empresa lhes pagará o que merecem com base em suas capacidades. Isso significa que nós negociamos menos do que os homens, pois confiamos no sistema.

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“As mulheres estão menos dispostas a negociar”, disse o Dr. Pinkley, em entrevista ao portal LearnVest. “Muitas vezes, elas antecipam que as organizações avaliarão com precisão seu potencial e as pagarão de acordo. Os homens, por outro lado, acreditam que cabe a eles explicar à empresa o que eles valem.”

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Como a transparência salarial pode mudar a nossa percepção

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Um artigo publicado no site Entrepreneur relatou que, mesmo que você seja mal paga, saber o quanto pode ganhar – e quais medidas você pode tomar para mudar isso – aumenta instantaneamente sua satisfação com trabalho.

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Mesmo que recebamos menos, quanto mais entendermos como nosso pagamento se compara aos outros, mais satisfeitos estaremos com nossos empregos. Isso porque, de acordo com o artigo, não saber simplesmente nos incentiva a projetar – e nos torna mais propensas a nos sentirmos frustradas.

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“Ainda existe muito preconceito nos ambientes corporativos e a falta de transparência salarial deixa claro o mundo machista no qual estamos inseridas. Quando a mulher entende que o problema não é o seu potencial e sim o mundo machista, ela passa a se empoderar, lutar e a buscar outras opções de emprego onde ela seja valorizada e vista por sua competência”, conclui Brambila.

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Artigo adaptado de Career Contessa.

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Fotos: Fotolia

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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