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12 vezes em que odiei as mulheres

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Veja publicação original: 12 vezes em que odiei as mulheres

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Por Luiza Sahd

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Desde muito pequena, fui ensinada a odiar mulheres. A primeira delas foi minha mãe.

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Qualquer pessoa que tenha o menor contato com a realidade sabe que mães erram tanto quanto pais e gente sem filhos, inclusive porque sabe-se lá se existe meio de “acertar” na criação de uma pessoa. A única certeza que tenho a esse respeito é que ela estava tentando acertar. Muito.

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Curiosamente, toda vez que algo dava errado comigo, a “culpa” era sempre da minha mãe, de modo que acreditei nesse boato, eu também, por décadas. Um dos dias mais felizes da minha vida foi aquele em que descobri que ela é e sempre foi uma mulher como todas e como eu — fazendo o que pode com o que tem. Junto com essa descoberta, vieram outras memórias de mulheres que fui ensinada a odiar. Algo me diz que não estou sozinha nessa vivência.

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1- A bonita

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Antes mesmo de ter noção de sexualidade (ou de competitividade sexual), fui ensinada a odiar as meninas da escola que considerava muito bonitas, inspirada por frases como “que vaca, ela é muito bonita” e similares. Sobre meninos bonitos, não me deram grandes instruções ou restrições.

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2- A gorda

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É interessante como não se vê muita gente usando “gordo” como xingamento direcionado a homens. Deve ter algo a ver com o fato de que eles, desde pequenos, são meio proibidos de serem vaidosos. Fui uma criança obesa durante dois anos e, além de ser odiada nesse sentido, também me odiei por isso — mas claro, que realização da vida pode ser mais importante do que ser magra? Se havia, não me contavam.

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3- A mal comida

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Mesmo enquanto não tinha ideia do que era perder a virgindade, entendi que era preciso hostilizar a figura mítica da vizinha mal comida. A tia mal comida. A professora mal comida. Quem não sabe que uma mulher precisa de sexo (com um homem, claro) para ser uma boa pessoa?

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4- A vagabunda

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Essa seria a mulher que gosta de ser comida. Pelo que entendi na ocasião, uma mulher não pode ser mal comida, mas também não pode gostar de ser comida. Mulher tem que ser só comida, OK?

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5- A louca

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Se não me confundi, parece que um homem violento é, na pior hipótese, um homem agressivo. Já a mulher que fica furiosa em qualquer caso é, evidentemente, louca.

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6- A falsa

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Graças a Deus, não existe homem falso. Se existe, nunca ouvi falar. Quando um homem promete algo e não cumpre, ele é leviano. Quando um homem trai, ele é infantil. Quando um homem bajula alguém que odeia, ele é ambicioso. Menos mau que a falsidade só acomete metade da população mundial.

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7- A relaxada

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Não se depila? Credo. Não usa maquiagem? Tá deprimida. Não usa roupas insinuantes? Ainda entra na categoria de mal comida para ficar atenta.

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8- A superproduzida

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O que essa mulher pretende se cuidando e se arrumando tanto? Boa coisa é que não, né? Fora isso, ela certamente é burra, porque a atividade que mais prejudica o intelecto humano é a de se arrumar.

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9- A fofoqueira

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Todo mundo sabe que mulheres amam falar da vida alheia e espalhar segredos das pessoas. Elas inclusive deveriam ser punidas judicialmente pelo hábito de alastrar fotos íntimas dos homens sem autorização, que é algo muito comum e bem-visto por outras mulheres.

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10- A chefe

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Toda chefe é uma piranha. Ela não é incompetente, ela não é dura, ela não é chata. Ela é uma piranha. Sem mais.

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11- Mulheres, de modo geral

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Não são confiáveis. Se odeiam sempre. Querem sempre o que é seu, mesmo que você não tenha um gato para puxar pelo rabo. Elas querem especialmente o seu homem, porque qualquer homem é digno de fazer inveja às suas amigas. Falando neles: ainda bem que o mundo é liderado por homens. Imagina que desgraça seria esse mundo se metade das lideranças fossem femininas.

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12- Eu

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Não tenho um corpo suficientemente bonito, apesar de saudável. Não tenho postura, falo palavrão demais. Fumo (é muito feio mulher que fuma). Já estou ficando velha, não posso ter atitudes imaturas com tanta frequência. Passei dos 30 e não tenho nada meu fora uns móveis e eletrodomésticos. Ainda por cima, tô aqui reclamando do mundo, que é assim mesmo — e meu papel seria o de aceitar, sorridente, como fazem as boas mulheres que não reclamam de tudo.

 

 

 

 

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